Vagueando sozinha pela multidão
que invadia as ruas,
resolvi entrar na catedral
onde tudo seria mais calmo.
Na realidade, como tudo era diferente...
respirava conosco a indiferença
do século passado.
Depois de algum tempo,
tateando por ali todo aquele silêncio,
reparei nos típicos cubículos católicos
onde alguém "escutava",
escutaria a voz de outro alguém
e à beira de um deles,
ajoelhava-se uma rapariga
que alheia a tudo o resto
segredava num murmúrio
suas orações.
Saí cá para fora,
o Sol desaparecera,
os pombos recolhiam aos ninhos.
Rios de gente via as montras,
e eu já cansada resolvi sentar-me
num banco de jardim
e adormeci...
De, Idalece
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
TPC - Poema/Texto Narrativo
Uma menina corre campos fora, braços estendidos para o sol e o vento,
seus companheiros de risos e brincadeiras.
Nos riachos e lagos tinha os melhores espelhos
e a vida que neles fervilhava exercia um fascínio sem fim
ao seu olhar atento e durante horas aí se extasiava.
As borboletas eram cuidadosamente apanhadas
com o objetivo de conseguir misturar as suas cores,
porém, tristemente descobria que despidas do pólen por terra
se ficavam e não mais voavam...
Os anos passaram, a menina cresceu e um dia no colégio,
onde uma bolsa de estudo lhe franqueou a entrada,
as suas colegas nascidas e criadas em berços de ouro,
contavam episódios das férias
passadas na praia à beira-mar. Mar, praias,
desconhecidas palavras que rapidamente
se transformaram em sonho e magia.
Ei-la então na biblioteca itinerante que uma vez por semana
parava ao largo do mercado da sua vila.
Durante horas o mundo confinou-se às páginas
que continham descrições mágicas que alimentavam
a sua fantasia e deleitava-se na areia molhada
que o sol beijava.
Os anos seguiram o seu curso e finalmente
o sonho fundiu-se na realidade e lesta
corria beira-mar, uma concha rolava...
um búzio ecoava o ruído das ondas,
essas mesmas que se enrolavam sobre si próprias
para depois estrondosamente fustigarem
a areia que as aguardava queda e mansa
e quão bonita ficava com os flocos
brancos de espuma...
A magia dessa energia que se respira e nos alimenta,
hoje bem mais acessível,
não se perdeu na vida adulta, muito pelo contrário,
transformou-se num templo, onde se reza
e a angustia acalma.
De, Maria Antónia Rosa
seus companheiros de risos e brincadeiras.
Nos riachos e lagos tinha os melhores espelhos
e a vida que neles fervilhava exercia um fascínio sem fim
ao seu olhar atento e durante horas aí se extasiava.
As borboletas eram cuidadosamente apanhadas
com o objetivo de conseguir misturar as suas cores,
porém, tristemente descobria que despidas do pólen por terra
se ficavam e não mais voavam...
Os anos passaram, a menina cresceu e um dia no colégio,
onde uma bolsa de estudo lhe franqueou a entrada,
as suas colegas nascidas e criadas em berços de ouro,
contavam episódios das férias
passadas na praia à beira-mar. Mar, praias,
desconhecidas palavras que rapidamente
se transformaram em sonho e magia.
Ei-la então na biblioteca itinerante que uma vez por semana
parava ao largo do mercado da sua vila.
Durante horas o mundo confinou-se às páginas
que continham descrições mágicas que alimentavam
a sua fantasia e deleitava-se na areia molhada
que o sol beijava.
Os anos seguiram o seu curso e finalmente
o sonho fundiu-se na realidade e lesta
corria beira-mar, uma concha rolava...
um búzio ecoava o ruído das ondas,
essas mesmas que se enrolavam sobre si próprias
para depois estrondosamente fustigarem
a areia que as aguardava queda e mansa
e quão bonita ficava com os flocos
brancos de espuma...
A magia dessa energia que se respira e nos alimenta,
hoje bem mais acessível,
não se perdeu na vida adulta, muito pelo contrário,
transformou-se num templo, onde se reza
e a angustia acalma.
De, Maria Antónia Rosa
TPC - Poema sobre o tema "Felicidade"
À sombra
de uma oliveira
a nudez
tomou-os nos braços
e o amor
prosseguiu seus passos.
A moçoila
abriu-se ao mancebo
e ambos comeram
azeitonas pretas
recolhidas
nos brancos seios
e nos jovens
músculos
que juntos
revolveram
a terra
e nela
criaram sulcos
em que deixaram
seus mucos.
A nudez tomou-os
nos braços.
O amor prosseguiu
seus passos
e a terra recebeu
seus traços.
De, Rui Chaves
de uma oliveira
a nudez
tomou-os nos braços
e o amor
prosseguiu seus passos.
A moçoila
abriu-se ao mancebo
e ambos comeram
azeitonas pretas
recolhidas
nos brancos seios
e nos jovens
músculos
que juntos
revolveram
a terra
e nela
criaram sulcos
em que deixaram
seus mucos.
A nudez tomou-os
nos braços.
O amor prosseguiu
seus passos
e a terra recebeu
seus traços.
De, Rui Chaves
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
TPC - Poema inspirado no tema "Amor e Paixão", baseado na leitura de poemas do escritor João Bernardino
Quis recordar o teu rosto
A suavidade dos beijos,
A ternura que sentíamos,
as alegrias trocadas,
O amor presente!
Pergunto-me porque o faço
pois é tempo acabado
sem futuro, sem nada!
Estiveste tão perto,
Estiveste tão longe!
Procurei, sem te encontrar...
Caminhei suspensa
Revisitando o passado
Revisitando os porquês
e em cada etapa
vi a mulher renascida,
apaixonada, adormecida, iludida!
Sim, vi essa mulher
somente essa mulher...
E tu, onde ficaste?
Tu que foste o amor da minha vida?
Perdi-te! sim
Perdi-te, na subtileza do desgaste
no silêncio e na mansidão dos dias
na amargura da indiferença
no deixa andar consentido...
Sim, procurei sem te encontrar
Sim, talvez por tanto querer esquecer
Me libertei de ti...
De, Constança Brito
A suavidade dos beijos,
A ternura que sentíamos,
as alegrias trocadas,
O amor presente!
Pergunto-me porque o faço
pois é tempo acabado
sem futuro, sem nada!
Estiveste tão perto,
Estiveste tão longe!
Procurei, sem te encontrar...
Caminhei suspensa
Revisitando o passado
Revisitando os porquês
e em cada etapa
vi a mulher renascida,
apaixonada, adormecida, iludida!
Sim, vi essa mulher
somente essa mulher...
E tu, onde ficaste?
Tu que foste o amor da minha vida?
Perdi-te! sim
Perdi-te, na subtileza do desgaste
no silêncio e na mansidão dos dias
na amargura da indiferença
no deixa andar consentido...
Sim, procurei sem te encontrar
Sim, talvez por tanto querer esquecer
Me libertei de ti...
De, Constança Brito
TPC - Poema inspirado no tema "Amor e Paixão", baseado na leitura de poemas do escritor João Bernardino
Paixão
O amor idealizado
É uma chama viva
Alegria sofrer resignado
Ave que não se quer cativa
O amor sublime
É ideação vivida
Vime que não se dobra
Escravidão consentida
Amor triste virtuoso
É doença de poeta
Tem artes e é manhoso
Não fere, nem chega à meta
De, Filomena Lopes
O amor idealizado
É uma chama viva
Alegria sofrer resignado
Ave que não se quer cativa
O amor sublime
É ideação vivida
Vime que não se dobra
Escravidão consentida
Amor triste virtuoso
É doença de poeta
Tem artes e é manhoso
Não fere, nem chega à meta
De, Filomena Lopes
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
TPC - Um poema para uma música
A música:
(Copiar link)
http://youtu.be/xwsYvBYZcx4
O poema:
És o meu divino vinho, o meu sagrado pão
É o meu princípio
E o meu fim
A minha inspiração
O meu preferido tema
O meu refrão
Em ti me consubstancio
Me faleço
Me reergo
A cada dia
Em ti amo
Todos os defeitos
Todas as virtudes
Amo-te mais
Que a própria vida
Porque és ela mesma
Inesgotável
A minha comida
O meu divino vinho
O meu sagrado pão
O teu corpo
Sobre uma toalha
De linho
Servido
Sorvido
Todos os dias
À minha mesa
De, Alberto Dias
(Copiar link)
http://youtu.be/xwsYvBYZcx4
O poema:
És o meu divino vinho, o meu sagrado pão
É o meu princípio
E o meu fim
A minha inspiração
O meu preferido tema
O meu refrão
Em ti me consubstancio
Me faleço
Me reergo
A cada dia
Em ti amo
Todos os defeitos
Todas as virtudes
Amo-te mais
Que a própria vida
Porque és ela mesma
Inesgotável
A minha comida
O meu divino vinho
O meu sagrado pão
O teu corpo
Sobre uma toalha
De linho
Servido
Sorvido
Todos os dias
À minha mesa
De, Alberto Dias
TPC- Um poema para uma música
A música:
(Copiar o link)
http://youtu.be/bIvJB86Zj50
O poema:
Uma espécie de dor
Um mágico por-do-sol,
Varandas da minha infância,
Telhados de zinco
As danças do vento,
Capim rasteiro
Noites de trovoada,
Queimadas no horizonte,
Alegrias de menina
Anseios de adolescente,
Ilusões de mulher,
Olhos marejados de lágrimas...
Medo presente.
Tumulto interior,
uma ânsia agreste,
revolta tardia,
gritos de dor,
gritos de agonia,
Ódios ancestrais
Corpos mutilados,
Sonhos sem forma,
tristezas sem fim,
Olhos marejados de lágrimas,
Anos passados!
Cicatrizes presentes,
Esperanças futuras,
No muito, no nada!
De, Constança Brito
(Copiar o link)
http://youtu.be/bIvJB86Zj50
O poema:
Uma espécie de dor
Um mágico por-do-sol,
Varandas da minha infância,
Telhados de zinco
As danças do vento,
Capim rasteiro
Noites de trovoada,
Queimadas no horizonte,
Alegrias de menina
Anseios de adolescente,
Ilusões de mulher,
Olhos marejados de lágrimas...
Medo presente.
Tumulto interior,
uma ânsia agreste,
revolta tardia,
gritos de dor,
gritos de agonia,
Ódios ancestrais
Corpos mutilados,
Sonhos sem forma,
tristezas sem fim,
Olhos marejados de lágrimas,
Anos passados!
Cicatrizes presentes,
Esperanças futuras,
No muito, no nada!
De, Constança Brito
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