sábado, 24 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
Poema erótico
Foi lido na aula um poema erótico de Jorge Morais " Nu-banho", na antologia "A poesia nos blogs" (2006) e foi então solicitado aos alunos que escrevesse um poema de tema livre mas que fosse erótico.
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Faz-me
Faz-me
Sonhar contigo
Fazer-te bem
Fazer-te mal
Fundir-me em ti
Beber-te o sal
Sorver-te o mel
Beijar a seda
Da tua pele.
Por, Alberto Dias
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Conta-me
Pediste-me que te contasse
Meus segredos e ficasse
Ciente dos teus desejos
Contei tudo o que guardava
E confesso que esperava
Satisfazer meus ensejos
Vi-te toda arrepiada
A gritar desesperada
Acorda-me os meus sentidos
Sopravas e barafustavas
E toda tu ondeavas
Em convulsões e gemidos
Acedi ao teu pedido
P´ra lambuzar-te o ouvido
E ficaste como louca
Porém não valeu de nada
Tu ficaste lambuzada
E eu sem saliva na boca
Que raio de pedido este
Nem sei bem porque o fizeste
Ou se ficaste satisfeita
Já que a tua perversidade
Só me deixou na verdade
Com a pele e a boca seca.
Por, António Alberto
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Em baixo
Eu pus-te em baixo.
Ao lado, ao lado
eu pus-te ao lado.
Em cima, em cima
eu pus-te em cima,
rodei contigo
rodei comigo,
e logo depois
rodámos os dois.
Estás a aquecer...?
Eu estou a tremer...
Mas fiquei queimada,
não dei por isso
não dei por nada,
És cu cu curioso...
És cu cu curiosa...
Meti-te dentro
Ficou gostosa.
Tirei pra fora
naquela hora
dei uma trincada.
Que saborosa...!
Escaldei a boca
como uma louca
sou uma gulosa
Esmaguei-te
que nem uva
Pus-te no pão
Pingos de chuva
Que sensação!
Comemos todos
Há vinho a rodos
É uma festa!
É a cenoura encarnada
É o chouriço bem mexido
É a carne entrelaçada
É o cozido.
Ninguém protesta
Que é comido
Com satisfação
E festejado
Bocado a bocado
sem a pressão
que na panela
se faz sentir
pra te cozer...
É chegado o tempo
de te servir.
Bom apetite!
Vamos curtir!
Vamos comer!
Por, anna netto
José Luis Peixoto
Foi lido na aula a biografia e 3 poemas de José Luis Peixoto e após ter lido o "Arte Poética", solicitei aos alunos que fechassem os olhos e que se lembrassem de um cheiro que lhes despertasse os sentidos e que escrevessem a primeira coisa que lhes viesse à cabeça. E aproveitando essa primeira memória, que a desenvolvessem num poema descritivo desse cheiro...
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O aroma da festa
Não houve Natal na altura do "Comunismo"
Nem quaisquer outras festas religiosas,
Elas foram proibidas completamente.
Houve uma única festa diferente,
A passagem de ano,
Que trazia alegria e libertação da ideologia.
Todas as casas, por mais pobre que fossem,
Enchiam-se do cheiro desta festa.
O aroma foi composto
Pelas duas fragrâncias,
De uma árvore coberta de agulhas,
Que na altura nunca foi sintética,
E das frutinhas redondas,
Amarelas ou cor de laranja,
Raras, na minha terra, e por isso valiosas,
Cascas daquelas frutinhas
Guardavam-se durante muito tempo
Para que o cheiro ajudasse
A manter em casa, o mais tempo possível,
A sensação desta festa,
Singular e muito esperada
Por toda a população do país do "Comunismo"
Por, "Irina Lyubomirskaya
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Odores
A casa era térrea.
Grandes espaços a envolviam.
Eu era uma miúda que gostava de observar...
Abri a janela do meu quarto:
Fiquei a olhar a vastidão de terra seca
preenchida por algum restolho...
O verão estava no seu auge. O calor sufocava...
Nada fazia lembrar a chuva,
Mas eis que ela apareceu assim,
De repente, acompanhada por trovões!
Era a trovoada, Dizia a mãe!
Também fazia sol ao redor daquela nuvem cinzenta.
A nuvem escura, depressa desapareceu...
O arco-íris formado, me atraía...
Para mim era um mistério...as cores deslumbrantes
fascinavam-me!
Donde sairia aquele leque de tons maravilhosos?
A chuva depressa passou,
ficando no ar um cheiro intenso a terra molhada,
de tons mais escurecidos...
Era um cheiro forte e activo,
Absorvente e inesquecível seguramente...
Esse odor ficou-me impregnado nos meus sentidos
desde esse dia, ao longo da minha vida...
Esse cheiro a terra molhada, regada, amolecida,
desperta em mim a certeza de mudança,
do ressurgimento de vida nova,
da esperança em novas colheitas...
Por, Luciana Rocha
Texto de Inês Pedrosa
"Toda a gente sabe que um poema é um composto de relâmpagos de linguagem que nos permite quebrar o vidro fosco do tempo e descrever as cores e a vibração das almas. Há quem prefira definir o poeta como aquele que condensa num mínimo de palavras a corrente contínua da experiência, a indefinição da personalidade humana e o choque frontal entre as circunstâncias externas e a temperatura íntima."
Inês Pedrosa,
Poemas de Amor - Antologia da Poesia Portuguesa (2000)
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Foi solicitado aos alunos que interiorizassem este pequeno texto e que escrevessem um poema livre mas enquadrado no mesmo.
Gente que sente
Gente que sente...é gente
É gente que mente
Que sonha
Que ama
É igual a toda a gente
Mas a mão que escreve
De forma ardente
Um canto da mente
É de gente diferente
É de gente
Que sente na alma
O que a gente, nem sente...
Essa gente...
És tu poeta
Que tanto sentes...
Por, Fátima Silva
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Sentimento falado
Se pudesses por um momento
Ler os meus pensamentos,
Os meus silêncios,
As palavras por mim não ditas...
Saberias como a minha alma segue aflita,
Neste mundo imundo,
Onde o certo é incerto,
As memórias cada vez mais apagadas,
A segurança cada vez mais indistinta,
Olho os rostos de quem passa,
E vislumbro uma alegria quase invisível...
Ai se os pudesses ler...
Talvez assim aceitasses,
Todo o amor que nutro por ti.
Por, Mário Santos
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