Através do poema
me confesso. Me mostro a mim
e a quem de mim
queira saber. Risco e traço
e discorro e formulo. E eis-me assim
em fabrico do necessário fio
do embrincar da peça. E porque assim o quero,
ali eu exposto
sem timidez que me embarace.
Nada escondo nem peço nem imponho.
O que me move são ideais de partilha
que especulando pratico.
Não trago cortinas corridas
nem fórmulas guardadas
nem partos milagrosos.
Mas também génio algum
vem pousar a rara mão
sobre a testa indefinida do nascente.
Tudo são interacções
entre o que faço e o que desejo fazer
mais a crença forte
de que tudo o que se forma
para nascer
encontra, no meio, as linhas
da sobrevivência que lhe propicia o rumo
É assim que aqui estou
partilhando o modo como, em mim,
se inicia o poema:
chegado o primeiro sinal, pego-o,
pousu-o no chão e,
com os olhos nele, caminho
em redor em procura dos materiais
de o fazer crescer,
de o vestir, de lhe dar um jeito nos contornos
e de organizar-lhe o fundo
onde deposito um lastro que o equilibre
quando, for por si,
e se a mares maiores
se quiser fazer.
João Santiago
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É assim, em verdade na simplicidade dos génios, que o João Santiago constrói os fantásticos poemas e alcança sempre mais além. É um privilégio ser sua amiga e colega, nesta “Oficina de Poesia”. Muitos parabéns!
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