Mas que chatice:
Todos no recreio a brincar eu aqui
a pintar! Quem me mandou ser artista!?
Tenho tanta vontade de brincar!
Há...como eles se divertem...
Gostava tanto de ir cantar
naquela roda!
Mas...tenho de acabar estes desenhos!
Também, depois hei-de vê-los ali na parede.
Hão-de ter inveja da minha habilidade.
A resposta do adulto de hoje a essa criança
Pobre criança:
Quão ilusório foi o teu sonho.
Foram tão poucos os degraus que subiste
que nem saíste do rés-do-chão.
Aonde estão agora as tuas pinturas?
Que é feito dos desenhos que a tua
professora exibia com tanta vaidade nas
paredes da sala de aulas?
Nada ficou que te faça recordar.
Quem te inveja agora?Ninguém!...
Não foste mais que o tamanho da tua
insignificância.
Tal como a chama de uma vela se apaga ao
mínimo sopro do vento, assim foi a duração
da tua fama.
Foste o artista que morreu antes de nascer.
Por, António Alberto
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