segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Início do ano lectivo

Bom dia a todos,

Sejam bem vindos a um novo ano lectivo!

Conto convosco para um ano recheado de muita poesia...

Poesia é colocar em papel tudo o que nos rodeia, sejam imagens, sons, cheiros, estados de espírito...enfim, tudo o que desperta emoção, seja ela qual for...

Vamos trabalhar não só a técnica e autores, mas essencialmente a capacidade de escrita e de improviso perante algo que nos desperta...

Até já

Linda

Improviso

Nem só de chuva 
se tece a nuvem 
nem só de evento 
se inventa o vento. 

Nem só de fala 
se engendra o grito 
nem só de fome 
prospera o trigo. 

Nem só de raiva 
arde a metáfora 
nem só de enigmas 
se enfeita o nada. 

Nem só de parca 
o céu nos singra 
nem só de pão 
se morre à míngua 

Nem só de pégaso 
escapa o seio 
para essa concha 
partida ao meio. 

Francisco de Oliveira Carvalho, in 'As Verdes Léguas'
Fonte: http://www.citador.pt/poemas/improviso-francisco-de-oliveira-carvalho


domingo, 13 de maio de 2018

Fábula

Lancei o desafio aos alunos, para que escrevessem uma Fábula de forma poética...

O que será que aí vem?  ;)
Foi solicitado aos alunos que trouxessem poemas sobre o tema "mãe"

Bastava...,um olhar
Um braço a acenar
um jeito de dizer
uma alegria esfusiante
um beijo como um espumante
para eu saber
que tu estavas aí,
para me ouvires e compreender,
Em cada choro
em cada abraço
em cada passo
em cada caída
em cada subida
na alegria do teu regaço,
E bastava...um poema
e aquela cena
que punhas em pé...
Que tinhas visto na revista
no teatro na conquista
num cinema
num complicado esquema
da tua criatividade e fantasia,
afastando a monotonia
da habitual fofoca do dia a dia
em emoções de corações
de gargalhadas sonoras
de comunhões a todas as horas
num espaço que não era só teu.
Era vivo, partilhado e aconteceu
tudo em nós...
Que somos agora a tua voz
a tua seiva, a energia e o fervor.
E o tanto que tiraste de ti
e deixaste em mim,
Obrigada meu amor!


Por anna netto

A Verdade da palavra

Foi solicitado aos alunos que lessem um poema da minha autoria e que após essa leitura que em grupos de dois, escrevessem uma quadra cada um(a). Entretanto que trocassem entre si a mesma e que construíssem um poema, iniciando com a referida quadra.

Deixo aqui um exemplo:

Palavras leva-as o vento
algumas são verdadeiras
outras até as invento
não passam de brincadeiras

Vinhas com falinhas mansas
prometendo que não me davas
na vida mais sofrimento
Alimentavas-me as esperanças
Mas, cada vez que falavas...
Palavras, levam-nas o vento!

Agias com tal maldade
Que fico sem saber quando
Eram palavras certeiras
entre tanta falsidade
Inda me estou perguntando
Se algumas são verdadeiras

Palavras, palavras, palavras...
Palavras p'ra tudo e p'ra nada,
Nem sei porque me lamento
Se também uso as palavras
Para te trazer enganada.
Outras, atá as invento

De mentir, não estou isento,
Pois sei que muito preferem
Palavras, ditas, brejeiras
Por isso estas que invento
São mentiras que não ferem.
Não passam de brincadeiras!

Por, António Alberto





Poemas Livres

O Sem Tecto

O Sonho alinhavado de projecto,
Mais a subsistência e sobrevivência;
São a exacta fortuna dos Sem Tecto;
Do Sem Abrigo a constante vivência.

Já fossilizados, já insubmisso;
Sem retrocesso, às costas da má sorte,
Do seu vão protesto e do seu enguiço,
Vai existindo, sem regras, sem porte.

A navegar na fome e na imundice,
Pródigo em avanços e arrecuas;
No lixo à pesca do pão; que nojice!

Roto, doente, ferido nas ruas,
Às sobras sociais já putrefactas;
Às pestes infecciosas inatas...

Por, Elmano






domingo, 18 de março de 2018

Poemas livres

Foi solicitado aos alunos que dissessem um tema, sobre o qual gostassem de escrever, que lhes desse prazer...

Claro que praticamente todos disseram que dependia do estado de espírito, pois quem escreve poesia escreve sentimentos, emoções...
Por isto, deixei-os completamente à vontade para escreverem um poema totalmente livre. Livre de temas e técnicas.

Irei colocar aqui os que gostei mais, como sempre tenho feito :)
Até à próxima actualização!!

Balada

Foi solicitado aos alunos que criassem uma Balada, o que todos criaram.

O meu amoroso olhar

Toda a vez que ela passava
Risonha sempre indiferente
Sem dar conta ela ficava
Presa na minha mente
E então se caminhava
Com seu provocante olhar
Consigo sempre levava
O meu amoroso olhar

O seu cabelo enfeitava
Com uma flor bem cheirosa
Oh meu Deus, como eu gostava
De vê-la assim tão formosa
E o perfume que emanava
Ali ficava a pairar
Enquanto ela levava
O meu amoroso olhar

Quantas vezes eu pensava
Quão doce seria o beijo
Que aquela boca beijava
Bem menos que o meu desejo
Que tanto me atormentava
Nem sequer posso lembrar
Que ela de mim só levava
O meu amoroso olhar

Um dia já eu lá estava
Pronto p'ra me declarar...
Esperei, esperei ela tardava a (desisti pois só cansava)
O meu amoroso olhar!

Por, António Alberto

Écloga

Foi solicitado aos alunos que criassem um Écloga

No verde prado florido
Que alegra a vista e o ouvido
Passeiam ovelhas e pastores
Em versos, música e amores

A noite é bordada de estrelas
E a terra é cheia de aromas
Descansa a doce fantasia
Derramando cores e magia

Um mar de flores
Em furiosa ventania
Alivia meus lamentos, minhas doces

E a mansa brisa em seus rumores
Enche prados e campos, murmura:
- É terra de amores...

Por, Fátima Silva

Elegía

Foi solicitado aos alunos um poema (Elegía) mas que tentassem elaborá-lo como um soneto (desafio)

Todos aceitaram o desafio :)

Todas as vidas têm um primavera,
Onde brotam, mais ou menos cuidada
Crendo que o futuro, é risonha esfera
Onde cada uma pode orbitar abraçada

Mas o tempo, sem tempo...é só o momento
E sorrateiramente roubou-te vigor e brilho
Geraste filhos, a quem deste, sem lamento
E hábil, a vida moldou-te com seu espartilho

Paraste por minutos, e sentiste rugas de velho
Desvendaste a mudança que se operou em ti
A juventude esfumou-se, confirma o espelho

Hoje, sentes-te corpo fraco e apisionado
De onde se escapa a liberdade de sonhar
Mas és ainda, o melhor colo onde fui embalado.

Por, Virgínia Santos

Poesia Lírica

Foi facultado aos alunos uma imagem e que escrevessem uma quadra baseada na mesma. Depois, que escrevessem um poema lírico (Sentimentos e emoções) em que este se iniciasse com a dita quadra...

O Sonho

Sossega coração, bate devagar.
Não corras contra a corrente,
Bate, bate, simplesmente,
Cavalo alado a sonhar

Castelo de luz no céu a brilhar.
Cega-te os olhos o amor ardente
Mas é ilusão, pura ilusão somente
Talvez miragem do teu olhar.

Amor assim é primavera
Com mistérios de aurora boreal,
Ditam os deuses: nada se altera.

Acorda coração, cai na vida real.
O amor existe, não é uma quimera
Mas não é dado a qualquer mortal.

De, Conceição Limão

Epopeia

Falámos sobre o género "Epopeia" e a título de desafio, foi solicitado aos alunos que tentassem fazer uma Epopeia com o máximo de ...