sexta-feira, 28 de novembro de 2014

TPC - Poema/Texto Narrativo

Uma menina corre campos fora, braços estendidos para o sol e o vento,
seus companheiros de risos e brincadeiras.
Nos riachos e lagos tinha os melhores espelhos
e a vida que neles fervilhava exercia um fascínio sem fim
ao seu olhar atento e durante horas aí se extasiava.
As borboletas eram cuidadosamente apanhadas
com o objetivo de conseguir misturar as suas cores,
porém, tristemente descobria que despidas do pólen por terra
se ficavam e não mais voavam...

Os anos passaram, a menina cresceu e um dia no colégio,
onde uma bolsa de estudo lhe franqueou a entrada,
as suas colegas nascidas e criadas em berços de ouro,
contavam episódios das férias
passadas na praia à beira-mar. Mar, praias,
desconhecidas palavras que rapidamente
se transformaram em sonho e magia.
Ei-la então na biblioteca itinerante que uma vez por semana
parava ao largo do mercado da sua vila.
Durante horas o mundo confinou-se às páginas
que continham descrições mágicas que alimentavam
a sua fantasia e deleitava-se na areia molhada
que o sol beijava.

Os anos seguiram o seu curso e finalmente
o sonho fundiu-se na realidade e lesta
corria beira-mar, uma concha rolava...
um búzio ecoava o ruído das ondas,
essas mesmas que se enrolavam sobre si próprias
para depois estrondosamente fustigarem
a areia que as aguardava queda e mansa
e quão bonita ficava com os flocos
brancos de espuma...

A magia dessa energia que se respira e nos alimenta,
hoje bem mais acessível,
não se perdeu na vida adulta, muito pelo contrário,
transformou-se num templo, onde se reza
e a angustia acalma.

De, Maria Antónia Rosa

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