domingo, 21 de dezembro de 2014

TPC - Natal

Natal

Não tenhas medo
Que ainda é cedo
O grito que ouviste
Não é de Jesus
Que há-de morrer na cruz.
É de um menino qualquer
Que não queres conhecer.
Está prestes a morrer
Mas não é problema teu
Porque o menino Jesus
Ainda não nasceu.
O menino que grita
É que se enganou
Gritou antes do tempo
Não esperou pelo Natal
Que tem data certa
E que só desperta
Com o menino Jesus
O tal da cruz
Que vem cheio de uma luz
Que logo se apaga
Porque ao menino que grita
Ninguém afaga

De, Rui Chaves

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

TPC - Poema/Texto Narrativo

Vagueando sozinha pela multidão
que invadia as ruas,
resolvi entrar na catedral
onde tudo seria mais calmo.
Na realidade, como tudo era diferente...
respirava conosco a indiferença
do século passado.

Depois de algum tempo,
tateando por ali todo aquele silêncio,
reparei nos típicos cubículos católicos
onde alguém "escutava",
escutaria a voz de outro alguém
e à beira de um deles,
ajoelhava-se uma rapariga
que alheia a tudo o resto
segredava num murmúrio
suas orações.

Saí cá para fora,
o Sol desaparecera,
os pombos recolhiam aos ninhos.
Rios de gente via as montras,
e eu já cansada resolvi sentar-me
num banco de jardim
e adormeci...


De, Idalece

TPC - Poema/Texto Narrativo

Uma menina corre campos fora, braços estendidos para o sol e o vento,
seus companheiros de risos e brincadeiras.
Nos riachos e lagos tinha os melhores espelhos
e a vida que neles fervilhava exercia um fascínio sem fim
ao seu olhar atento e durante horas aí se extasiava.
As borboletas eram cuidadosamente apanhadas
com o objetivo de conseguir misturar as suas cores,
porém, tristemente descobria que despidas do pólen por terra
se ficavam e não mais voavam...

Os anos passaram, a menina cresceu e um dia no colégio,
onde uma bolsa de estudo lhe franqueou a entrada,
as suas colegas nascidas e criadas em berços de ouro,
contavam episódios das férias
passadas na praia à beira-mar. Mar, praias,
desconhecidas palavras que rapidamente
se transformaram em sonho e magia.
Ei-la então na biblioteca itinerante que uma vez por semana
parava ao largo do mercado da sua vila.
Durante horas o mundo confinou-se às páginas
que continham descrições mágicas que alimentavam
a sua fantasia e deleitava-se na areia molhada
que o sol beijava.

Os anos seguiram o seu curso e finalmente
o sonho fundiu-se na realidade e lesta
corria beira-mar, uma concha rolava...
um búzio ecoava o ruído das ondas,
essas mesmas que se enrolavam sobre si próprias
para depois estrondosamente fustigarem
a areia que as aguardava queda e mansa
e quão bonita ficava com os flocos
brancos de espuma...

A magia dessa energia que se respira e nos alimenta,
hoje bem mais acessível,
não se perdeu na vida adulta, muito pelo contrário,
transformou-se num templo, onde se reza
e a angustia acalma.

De, Maria Antónia Rosa

TPC - Poema sobre o tema "Felicidade"

À sombra
de uma oliveira
a nudez
tomou-os nos braços
e o amor
prosseguiu seus passos.
A moçoila
abriu-se ao mancebo
e ambos comeram
azeitonas pretas
recolhidas
nos brancos seios
e nos jovens
músculos
que juntos
revolveram
a terra
e nela
criaram sulcos
em que deixaram
seus mucos.
A nudez tomou-os
nos braços.
O amor prosseguiu
seus passos
e a terra recebeu
seus traços.

De, Rui Chaves

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

TPC - Poema inspirado no tema "Amor e Paixão", baseado na leitura de poemas do escritor João Bernardino

Quis recordar o teu rosto
A suavidade dos beijos,
A ternura que sentíamos,
as alegrias trocadas,
O amor presente!

Pergunto-me porque o faço
pois é tempo acabado
sem futuro, sem nada!
Estiveste tão perto,
Estiveste tão longe!
Procurei, sem te encontrar...

Caminhei suspensa
Revisitando o passado
Revisitando os porquês
e em cada etapa
vi a mulher renascida,
apaixonada, adormecida, iludida!

Sim, vi essa mulher
somente essa mulher...
E tu, onde ficaste?
Tu que foste o amor da minha vida?

Perdi-te! sim
Perdi-te, na subtileza do desgaste
no silêncio e na mansidão dos dias
na amargura da indiferença
no deixa andar consentido...

Sim, procurei sem te encontrar
Sim, talvez por tanto querer esquecer
Me libertei de ti...

De, Constança Brito

Epopeia

Falámos sobre o género "Epopeia" e a título de desafio, foi solicitado aos alunos que tentassem fazer uma Epopeia com o máximo de ...